SÃO PAULO, 13 Nov (Reuters) – As exportações de café verde do Brasil somaram 4,08 milhões de sacas de 60 kg no mês passado, alta de 24,5% em relação ao mesmo período de 2022, configurando o segundo melhor outubro dos últimos cinco anos quando se considera também o embarque do produto industrializado, informou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) nesta segunda-feira.
Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, o destaque dos embarques ocorreu nos cafés canéforas (conilon e robusta), com 662 mil sacas enviadas ao exterior, alta de 479,5% na comparação anual.
Considerando somente os canéforas verdes, os embarques tiveram sua segunda melhor performance para um único mês na história.
“Problemas nas safras de importantes produtores dessa variedade vêm direcionando os compradores para nossos canéforas, que seguem muito competitivos no mercado global”, disse Ferreira.
“O próprio Vietnã e a Indonésia estão buscando nossos cafés, com as exportações a esses países produtores avançando 565,3% e 123,2%, respectivamente, no acumulado de janeiro a outubro deste ano”, ressaltou ele, em nota.
Mas os maiores volumes de exportação continuam sendo de arábica, com 3,4 milhões de sacas, avanço de 8% na comparação com o mesmo mês de 2022.
Quando se considera a exportação total, incluindo o produto industrializado, os embarques atingiram 4,356 milhões de sacas de 60 kg em outubro, alta de 21,8%, volume que para meses de outubro só fica atrás de 2020 (4,5 milhões de sacas).
Os grandes embarques resultaram em uma receita cambial de 847,2 milhões de dólares, recuo de 2,5% em valores na comparação com o mesmo mês de 2022, com preços 20% mais baixos.
No acumulado de janeiro ao fim de outubro de 2023, as exportações de café do Brasil ao exterior totalizaram 30,624 milhões de sacas, rendendo 6,403 bilhões de dólares, quedas de 5,5% em volume e de 16% em receita cambial.
“Esse resultado provavelmente reflete os problemas logísticos que vêm crescendo gradativamente ao longo deste ano”, aponta o presidente do Cecafé.
Ele citou a menor disponibilidade de contêineres e, principalmente, atrasos recorrentes de navios.
De acordo com o relatório Detention Zero (DTZ), citado pelo Cecafé, o índice de atrasos de navios no porto de Santos veio se agravando gradativamente nos últimos meses e chegou a 76% em outubro, o maior percentual apurado neste ano.
“Esses problemas resultam em adiamentos regulares de embarques e pátios abarrotados de contêineres nos terminais portuários santistas, que estão com dificuldades para receber cargas devido a limitações físicas de espaço no terminal”, disse.
Ele explicou que a origem desses atrasos nos navios no porto de Santos, o principal para café do Brasil, deu-se com a ocorrência de ciclones e tempestades tropicais na região Sul do Brasil.
“Essas adversidades climáticas estão impedindo as embarcações de atracarem nos portos sulistas, o que vem causando o acúmulo de cargas nos demais portos brasileiros, como no complexo portuário santista, por exemplo”, explica.
Fonte: Cecafé (Por: Reuters)