Os resultados da pesquisa mostram que o aumento dos serviços ecossistêmicos impulsionados pelo reflorestamento, como a polinização, resulta em um incremento na produção de café, compensando os custos com a restauração.
O levantamento considerou diferentes cenários, estabelecendo um limiar em torno de 25% de cobertura florestal nas fazendas como ponto de equilíbrio para que, ao longo de 20 anos, os custos possam ser compensados pelos benefícios.
“São, entretanto, necessárias medidas adicionais, como a consolidação do mercado de carbono, para tornar a restauração amplamente viável e imediatamente atraente para os agricultores”, diz Francisco d’Albertas, doutor em ecologia pela USP. Os cientistas estimam que a venda de créditos de carbono a partir de US$ 20 por tonelada seria ideal.
De acordo com a equipe, essa descoberta pode auxiliar os formuladores de políticas públicas a promover a adoção generalizada da restauração em paisagens agrícolas, aliando a mitigação das mudanças climáticas, a conservação da biodiversidade e a produção agrícola.
Além disso, no caso do Brasil, em que a legislação ambiental já prevê a restauração/conservação de vegetação nativa em propriedades rurais, o estudo pode servir como um estímulo adicional para o cumprimento da lei.
Fonte: Globo Rural (Por José Florentino)