Com registros de alteração de escalas em 95 navios, equivalente a 80% dos porta-contêineres que embarcam café no Porto de Santos (SP), atrasaram com o produto em abril deste ano. Os atrasos variam entre 16% a 70%, segundo o boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela ElloX Digital em parceria com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e divulgado nesta sexta-feira (10/5).
Custos adicionais e falta de espaço em Santos, que é o principal terminal exportador de café do Brasil, afetam a logística dos embarques do produto com o maior prazo apurado de 30 dias no mês passado.
Nos demais portos brasileiros que remetem café ao exterior, o cenário também é preocupante, indica o relatório. O índice de atrasos de navios para exportação do produto no complexo portuário do Rio de Janeiro (RJ), responsável por 27% dos embarques no acumulado de 2024, foi de 70%; em Paranaguá (PR), de 42%; em Salvador (BA), de 29%; e em Vitória (ES), de 16%.
No compilado geral, 210 navios para exportação de café, ou 54% de um total de 391 porta-contêineres, tiveram atrasos em abril.
“Os exportadores brasileiros seguem enfrentando intensos desafios logísticos, com o alto índice de atrasos de navios e a falta de espaços no porto santista, que incorrem em ineficiências, destacando-se como os principais entraves na adição de elevado custos, não planejados, aos atores do segmento”, comenta, em nota, Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé.
O curto período de abertura de “gates” no Porto de Santos continuou em abril e prejudicou a operação. Esse é o tempo que o exportador dispõe para entregar os carregamentos, que, em geral, saem do interior do país.
No mês passado, apenas 11% dos procedimentos de embarque tiveram prazo superior a quatro dias de gate aberto por navios no Porto de Santos, o menor índice registrado desde o início do levantamento, em janeiro de 2023. Outros 63% possuíram entre três e quatro dias e 26% tiveram menos de dois dias.
“Além disso, no mês passado, 42 navios não tiveram sequer uma abertura de gate no terminal santista, o que é extremamente preocupante, uma vez que isso gera, automaticamente, custos adicionais elevados e inesperados”, lamentou Heron.
Fonte: Globo Rural (Por: Isadora Camargo)