Com a colheita de café no Brasil na reta final e a prevalência dos problemas de oferta nos outros grandes produtores globais, como Vietnã, Indonésia e México, as negociações de contratos futuros seguem voláteis e qualquer detalhe da cadeia do grão movimenta o comportamento dos agentes de mercado. A volatilidade impera.
Uma recente análise do calendário de negociações aponta que o café arábica manterá tendência de alta prolongada, que vem acontecendo desde outubro do ano passado.
Essa análise foi divulgada no site internacional de cotações Barchart, que fez um compilado de preços por média histórica.
O boletim informativo ‘SpreadEdge’ inclui uma “lista de observação” de negociações que atendem a critérios como datas de entrada e saída, percentual de ganho, lucro médio, rebaixamento médio, melhor lucro, pior perda e nível de risco baseada nos dados de uma série dos últimos 15 anos.
Outra conclusão é que os spreads dos contratos de dezembro e março de café arábica vão melhorar a partir desta segunda-feira (29/7), podendo oferecer ganhos para produtores, mesmo com o grão arábica abrindo em queda na bolsa de Nova York.
Por outro lado, o mercado financeiro estará focado nas negociações da super quarta – com Fed e Copom – ressaltou o analista e sócio de MM Consultoria, Marcus Magalhães.
O alerta do consultor é que “falta chuva no coração produtivo do Brasil”, o que indica problemas no desenvolvimento vegetativo da safra 2025/26. E pensar nesse futuro é falar do abastecimento do mercado internacional que anda na corda bamba, lembra ele.
“O abastecimento futuro pode ser bem estressante, independente do quadro internacional. Enquanto isso, assistimos a recompras em Nova York”, explica.
Sobre o conilon, Magalhães explica que o mercado vive uma espécie de “entresafra”, pois, com a escalada de preços, produtores venderam e o momento é de baixa liquidez. Segundo ele, isso pode caracterizar uma sustentação de preços firmes, pois pode ser um movimento de “salve-se quem puder” devido a falta de estoques a partir de abril do ano que vem.
Fonte: Globo Rural (Por: Isadora Camargo)