As exportações de café – arábica e conilon – aqui do Espírito Santo estão tendo, no decorrer de 2023, uma forte expansão. Tão forte que, pela primeira vez em muitos anos, elas superam, em valor, as de celulose no agregado do ano. Entre janeiro e setembro de 2022, foram vendidas, aqui no Estado, 120,7 mil toneladas de café (processado e verde). Em 2023, no mesmo período, foram 201,1 mil toneladas, crescimento de 66,6%. As divisas foram de US$ 469,7 milhões para US$ 636 milhões: + 35,4%. Os dados foram compilados pela Secretaria de Estado da Agricultura.
As vendas de celulose para o exterior, por sua vez, se mantiveram praticamente estagnadas em volume (1,58 milhão de toneladas entre janeiro e setembro de 2022 e 1,56 milhão de toneladas entre janeiro e setembro de 20230 e cresceram 6% em valor faturado (de US$ 550 milhões para US$ 583,3 milhões).
A melhora na qualidade do conilon e a instalação de fábricas de café solúvel explicam boa parte do movimento. “O conilon capixaba melhorou muito de qualidade nos últimos tempos, isso tem feito os estrangeiros, além, de comprarem mais, ampliarem a proporção na mistura com o arábica. A outra explicação é o crescimento do parque fabril aqui do Estado, principalmente em Linhares. Essas fábricas vendem café solúvel para o mundo todo, o que impacta na nossa balança comercial”, explica o secretário de Estado de Agricultura, Enio Bergoli.
Não está claro se a cadeia do café se manterá à frente da celulose nas exportações partindo do Espírito Santo, mas é certo que vai ganhar espaço. “Outros países produtores de café enfrentaram questões climáticas e isso não vai durar para sempre, mas é certo que o café produzido e processado no Estado ganhou mercado no exterior”, afirmou Bergoli.
Fonte: Gazeta